O HOLOCAUSTO BRASILEIRO

Ah... Meu pessimismo e ateísmo estavam, vamos dizer, arrefecidos... Coube à "cordialidade" do brasileiro acordá-los. Barbacena nunca mais!

Leituras que fortalecerão o nosso pessimismo.

  • "As Intermitências da Morte" de Saramago
  • "Os Ratos" de Dyonélio Machado

29.5.12

"Nós fotografamos crianças com menos de 10 anos de idade, com suas mãos amarradas e mortas com tiros à queima-roupa, a 10 cm de distância, apenas 10 cm. Eles cortaram seus pescoços com facas, não todo o pescoço, mas eles fizeram um buraco no pescoço, um buraco nos olhos."

Enterro de vítimas de massacre em Houla (AFP/Getty Images) Funeral em massa de vítimas do massacre em Houla (foto cedida à Reuters)
Corpos de vítimas de massacre na Síria (AFP)Corpos de mortos no massacre de Hula são vistos perfilados em foto tirada por civil sírio. Foto: Shaam News Network/AP

Os mesmos que pedem a paz na Síria, são os mesmos que vendem armas às nações. Eles fazem parte do conselho de Segurança da ONU que é composto por 15 membros, sendo cinco membros permanentes com poder de veto: USA, França, Reino Unido e China. Morde e Assopra é o lema da turma que manda nos destinos dos terráqueos. Eles são os maiores fabricantes de armas e não escolhem seus compradores, sejam eles iraquianos, vietamitas, colombianos, brasileiros e outros tantos. A paz é, portanto, o seu maior inimigo, Vejam o que ocorreu na Síria, no domingo, dia 27 de maio de 2012:

A BBC conversou com sobreviventes e testemunhas do massacre na aldeia de Taldou, em Houla, na Síria, no qual pelo menos 108 pessoas foram mortas.
Algumas testemunhas quiseram permanecer anônimas, e seus depoimentos, obtidos por telefone, não podem ser verificados de forma independente.
O governo nega as acusações diz que os ataques foram obra de "terroristas armados".Testemunhas dizem que o ataque foi perpetrado pelo Exército sírio e pela "Shabiha", uma milícia civil sectária que apoia o regime do presidente Bashar al-Assad.
Veja abaixo os depoimentos:

Hamza Omar, ativista de oposição em Houla

"Os membros da milícia 'Shabiha' atacaram as casas. Eles não tiveram compaixão. Nós fotografamos crianças com menos de 10 anos de idade, com suas mãos amarradas e mortas com tiros à queima-roupa, a 10cm de distância, apenas 10 cm. Eles cortaram seus pescoços com facas, não todo o pescoço, mas eles fizeram um buraco no pescoço, um buraco nos olhos."

Rasha Abdul Razaq, sobrevivente

"Nós estávamos em casa, eles entraram, a 'Shabiha' e as forças de segurança, eles entraram com fuzis Kalashnikov e rifles automáticos. (**Kalashnikov A arma mais assassina da História - AK-47, sigla da denominação russa Avtomat Kalashnikova odraztzia 1947 goda ("Arma Automática de Kalashnikov modelo de 1947"), é um fuzil/espingarda de assalto de calibre 7,62 x 39 mm criado em 1947 por Mikhail Kalashnikov e produzido na União Soviética pela indústria estatal IZH. Surgiu na União Soviética logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, sendo o fuzil mais fabricado de todos os tempos. Estima-se que o número de exemplares produzidos tanto na Rússia como sob licença em países como a BulgáriaChinaHungriaÍndiaCoréia do NorteRomênia entre outros, chegue a impressionante cifra de 90 milhões.)
Nós perguntamos a eles o que estava acontecendo, e eles nos disseram para entrar. Nós dissemos: 'O que foi? O que vocês querem?'. Eles disseram: 'Mostrem tudo, o que vocês estão escondendo'. E nós dissemos: 'Nós não estamos escondendo nada'.
Eles nos levaram para um quarto e atingiram meu pai na cabeça com uma coronhada e atiraram nele, direto no queixo.
Eles nos levaram para dentro e nos disseram para ficarmos todos juntos, em um canto. Um homem começou a atirar para o alto, então nós todos nos escondemos atrás da minha mãe. Nós éramos cerca de 15 pessoas.
Então eles abriram fogo. Depois que eles atiraram contra nós, eles começaram a pisar em nós, e um dos homens pediu aos outros para checar se nós estávamos todos mortos. Então eles saíram e começaram a atirar para o alto.
Nós éramos oito irmãos, incluindo eu, e minha cunhada e seu filho. Ela estava grávida de seis meses. Também estavam conosco meu pai, a mulher do meu tio e sua filha, nossa vizinha e seus três filhos, minha tia e suas duas filhas. Uma delas ficou apenas ferida, e está aqui comigo agora, ela tem um mês de idade. A outra morreu. Todos nós estávamos na casa.
Eu sobrevivi com minha mãe, a menina de um mês de idade e minha irmã. Eles atiraram contra nós, mas nós sobrevivemos.
O que vai acontecer conosco? Quando ficamos sabendo que o Exército e as forças de segurança estão vindo, nós corremos para as ruas, nós estamos com medo de que eles repitam o que fizeram conosco no outro dia.
Havia cem casas na vizinhança, eles mataram todos os que estavam dentro. Eles entraram nas casas das pessoas e abriram fogo, e mataram todos."

Mãe de Rasha Abdul Razaq, sobrevivente

"Ele (um dos atacantes) disse: 'Nós somos das montanhas, de Fulla'. Então eu disse: 'Somos vizinhos então. Nós não temos terroristas aqui'. E ele disse: 'Vocês são os terroristas'.
Eles acharam que eu estava morta. Foi graças a Deus que eu sobrevivi. Ele estava atirando contra meus filhos e gritando. Por favor, consiga alguma proteção para mim e para minha filha. Nós estamos agora ficando nas casas de diferentes pessoas. Nós temos medo que eles acabem conosco."

Anônima, sobrevivente

"Nós estavamos abrindo nossas casas para eles, nós achavamos que eles eram do Exército e que estavam fazendo inspeções.
Um deles me disse: 'Volte para dentro, você é a próxima'. Eu estava com meu marido e meus filhos. Então peguei o comprovante de serviço militar de meu marido, achei que talvez assim eles talvez não nos incomodassem. Mas eu só sobrevivi porque um deles atirou contra o outro, por engano, e gritou: 'Preciso de ajuda, o pai foi ferido'. Isso os deixou ocupados, enquanto nós fugimos, em meio ao tiroteio, do Exército e da 'Shabiha'."

Anônima, sobrevivente

"Quando eles abriram a porta, eu ainda estava com eles na sala. Eu estava em pé, atrás da porta da sala de estar. Eles levaram meu irmão para fora. Eu me escondi no sótão. Tudo o que ouvi foram tiros, parecia que a casa inteira estava balançando.
Eu abri a porta e vi os corpos. Eu não conseguia reconhecer meus filhos e meus irmãos. Foi indescritível. Eu tenho três filhos, eu perdi três filhos. Eu estou tremendo, enquanto falo com você."

Um Mohammed, sobrevivente

"Nós fugimos na noite de sexta-feira… Eles estão nos atacando e matando pessoas… Nós fugimos pelas plantações, bombardeados aqui e ali. Não sei como conseguimos. Enquanto caminhavamos, atiradores miravam contra nós, nós nos escondemos nas plantações."

Um Abdullah, sobrevivente

"Bombardeios por todos os lados… Eu não tenho notícias da minha família. Por que vocês não estão intervindo? Os cadáveres estão se amontoando."

Akrama Bakour, do Exército Sírio Livre, em Houla

"Houve dois massacres. O primeiro aconteceu na estrada de Sadd e começou por volta das 14h30 de sexta-feira.
O segundo massacre aconteceu por volta das 23h, na estrada na entrada principal de Taldou, em frente ao posto de segurança militar.
Uma van, duas picapes e um grupo de motocicletas vieram da aldeia de Fulla – que apóia o regime –, na estrada entre Fulla e Taldou, a 500 ou 700 metros de Fulla.
Eles encontraram um pastor na entrada. Seu nome é Mahmoud al-Kurdi, e ele estava com sua nora e seus quatro netos. Eles atiraram contra eles, mataram todos, menos a nora. Ela foi ferida na coxa e na barriga, mas ainda está viva.
Então eles entraram na casa de Samir Abdul Razaq. Ele foi morto com seus filhos – Sawsan, Houda, Jouzila e Nada –, com sua nora, Halloum El Khlaf, grávida de seis meses, e o filho dela, Ala’a Abdul Razaq, a cunhada de Samir, Khaloud El Khalaf, e sua filha, Rahaf Al Hussein. Sua outra filha, Zahra Al Hussein, levou dois tiros, mas sobreviveu.
A mulher de Samir foi atingida a coronhadas e desmaiou, mas ainda está viva. Entre as vítimas nesta casa também estavam quatro crianças, filhas de Fadi al-Kurdi.
A próxima casa foi a de Qutayba Abdul Razaq. Ele sobreviveu, e sua filha de um ano de idade foi ferida. Ele perdeu a mulher e cinco filhos.
Todos esses de quem estou falando morreram a tiros. Eles foram reunidos em uma sala e mortos a tiros. Houve uma criança que teve a cabeça esfolada com uma faca. A faca foi encontrada entre os corpos, e nós temos fotos.
A terceira casa pertence a Nidal Abdul Razaq. Sua mulher e quatro de seus filhos foram mortos. Ele e um dos filhos sobreviveram.
Há várias outras vítimas. Adel Abdul Razaq, sua família inteira, mulher e seis filhos. Mustava Abdul Razaq, sua mulher, suas quatro filhas e sua nora. Ayman Abdul Razaq, todos os seus seis filhos e sua mulher foram mortos. Yaacoub Hussein Abdul Razaq, Mohammad Shafiq Abdul Razaq, Mohammad Abbara e sua filha Amina e a família dela, de sete pessoas.
Abdul Khalek Abdul Razaq, sua mulher e sua filha sobreviveram. Mas ele perdeu outros seis filhos, sua nora e os três filhos dela.
Abdul Rahman Abdul Razaq perdeu a mulher, cinco filhas e 11 netos, além das seis noras e quatro dos filhos delas. Na casa dele, 27 pessoas foram massacradas na mesma sala."




25.5.12

A família real britânica e o culto à imagem.


Londres prepara painéis gigantes para celebrar o jubileu da rainha (AP)


Bela imagem que esconde uma realidade apavorante:
"Londres prepara painéis gigantes para celebrar o jubileu da rainha."
E pensar que a família real britânica enriqueceu às custas da escravidão, às custas do imperialismo que sugou as riquezas de países como o Brasil e às custas de outras malvadezas...
Ah! O meu pessimismo encorpa cada vez mais. 

24.5.12

"Escrevo para desassossegar os meus leitores"



Para abalar as estruturas, Saramago recria o universo tenebroso do Antigo Testamento, numa crítica ácida que vai corroer as entranhas dos que acreditam em Deus.
Seguem  abaixo algumas frases do corajoso escritor português:
“Ao longo da História, as religiões, todas elas, sem exceção, fizeram à humanidade mais mal que bem.” 
“Deus não existe fora da cabeça das pessoas que nele creem.”
“O cérebro humano é um grande criador de absurdos. E Deus é o maior deles.”