Tudo é muito grande
Prá meu olhar pequeno.
O verde das montanhas
Ao longe...
Desce pelos vales,
Vence o riacho,
E morre ao pé das poucas ruas do vilarejo,
Soberano no espigão.
As casas insinuam-se ao sabor do relevo:
Como uma frágil cerca de balaustres
Envolvem a igreja,
Que, enraizada na terra escura,
Ergue-se impassivelmente vigorosa.
(Olho de Deus a me fitar ameaçadoramente)
Um dos balaustres
É minha casa.
Não, não estou triste.
Mas estamos todos tristes.
O pai enleva-se aos prantos:
Eduardo estendido inerte
Naquele caixão pequeno
Sobre a grande mesa
Naquela imensa sala.
- Olha filho, seu irmão está morto.
Pai, seu sentimento é o meu, nada mais.
Mãe, não a vi chorar, mãe!
A Natália, sim.
O pai, sim.
O tio, sim.
A vila toda, sim.
Talvez, o austero Deus também.
Eu, com meu olhar pequeno,
Como a mãe, não chorei.
Prá meu olhar pequeno.
O verde das montanhas
Ao longe...
Desce pelos vales,
Vence o riacho,
E morre ao pé das poucas ruas do vilarejo,
Soberano no espigão.
As casas insinuam-se ao sabor do relevo:
Como uma frágil cerca de balaustres
Envolvem a igreja,
Que, enraizada na terra escura,
Ergue-se impassivelmente vigorosa.
(Olho de Deus a me fitar ameaçadoramente)
Um dos balaustres
É minha casa.
Não, não estou triste.
Mas estamos todos tristes.
O pai enleva-se aos prantos:
Eduardo estendido inerte
Naquele caixão pequeno
Sobre a grande mesa
Naquela imensa sala.
- Olha filho, seu irmão está morto.
Pai, seu sentimento é o meu, nada mais.
Mãe, não a vi chorar, mãe!
A Natália, sim.
O pai, sim.
O tio, sim.
A vila toda, sim.
Talvez, o austero Deus também.
Eu, com meu olhar pequeno,
Como a mãe, não chorei.